A retinopatia diabética é uma complicação ocular grave do diabetes, sendo uma das principais causas de cegueira evitável no mundo. Estima-se que cerca de 80% das pessoas com diabetes tipo 2 e praticamente todos com tipo 1 desenvolverão algum grau de retinopatia ao longo da vida.
Neste artigo, vamos abordar:
- O que é a retinopatia diabética
- Quem está em risco
- Quais os sintomas mais comuns
- Como é feito o diagnóstico
- E quais os tratamentos disponíveis para evitar a perda de visão
O que é retinopatia diabética?
É uma doença causada por danos nos vasos sanguíneos da retina — a camada sensível à luz no fundo do olho — devido à glicemia elevada de forma crônica.
A glicose alta enfraquece e rompe os vasos, causando micro-hemorragias, edema, isquemia e, em fases mais avançadas, crescimento de vasos anormais (neovasos).
Quem está em risco?
- Pessoas com diabetes tipo 1 e 2
- Quanto maior o tempo de diabetes, maior o risco
- Descontrole glicêmico
- Pressão alta e colesterol elevado
- Gestantes com diabetes
- Tabagismo
- Histórico familiar
Classificação da retinopatia diabética
Retinopatia não proliferativa (leve a moderada)
- Microaneurismas
- Hemorragias intrarretinianas
- Exsudatos duros
- Edema macular
Retinopatia não proliferativa grave
- Oclusões venosas
- Isquemia extensa
- Risco de progressão rápida
Retinopatia proliferativa
- Neovasos (vasos anormais e frágeis)
- Hemorragia vítrea
- Descolamento de retina
- Alto risco de cegueira
Sintomas mais comuns
A doença pode evoluir sem sintomas nos estágios iniciais, por isso o rastreamento é essencial.
Com a progressão, podem surgir:
- Visão embaçada
- Manchas escuras na visão (moscas volantes)
- Dificuldade para enxergar à noite
- Perda súbita da visão
- Distorção da imagem
Diagnóstico da retinopatia diabética
O diagnóstico é feito por um oftalmologista com exames como:
- Fundoscopia (mapeamento de retina)
- Retinografia (foto da retina)
- OCT (Tomografia de Coerência Óptica) — avalia edema macular
- Angiografia fluoresceínica — mostra vazamentos e neovasos
- Ultrassom ocular — útil quando há hemorragia vítrea
Tratamentos disponíveis
Controle metabólico rigoroso
- Glicemia
- Pressão arterial
- Colesterol
- Dieta balanceada
- Atividade física
- Cessar tabagismo
Tratamento oftalmológico
- Laser (fotocoagulação): fecha vasos anormais e evita sangramentos
- Injeções intravítreas: medicamentos anti-VEGF (como Aflibercepte, Bevacizumabe e Ranibizumabe) para controlar o edema e os neovasos
- Cirurgia vítreo-retiniana (vitrectomia): indicada em casos graves, como hemorragia vítrea ou descolamento de retina
Prevenção
- Controle rigoroso do diabetes desde o diagnóstico
- Exames oftalmológicos anuais (ou mais frequentes, conforme o caso)
- Acompanhamento multidisciplinar (endocrinologista, nutricionista, oftalmologista)
- Estilo de vida saudável
Conclusão
A retinopatia diabética pode levar à cegueira, mas é prevenível e tratável. O segredo está no diagnóstico precoce e no controle rigoroso da glicemia e dos fatores de risco.
Se você tem diabetes, não espere por sintomas. Agende uma avaliação com seu oftalmologista e proteja sua visão!
Referências:

