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História Real: A Importância da Detecção Precoce na Saúde Visual Infantil

História Real: A Importância da Detecção Precoce na Saúde Visual Infantil

Introdução

No projeto Olhares que Cuidam, acreditamos que compartilhar experiências reais é uma das formas mais poderosas de conscientização. Por isso, a estudante de optometria Janaína Araujo conversou com a Luciane, mãe do Luigi, um menino de oito anos que começou a usar óculos muito cedo e cuja história ilustra perfeitamente a importância da observação atenta e da detecção precoce de problemas visuais em crianças.

Esta entrevista nos mostra como, muitas vezes, são os olhos de terceiros que identificam algo que pode passar despercebido pelos próprios pais, e como a intervenção precoce pode fazer toda a diferença no desenvolvimento e qualidade de vida de uma criança.

A Descoberta: Um Olhar Mais Atento

Luciane conta que a necessidade de óculos do Luigi foi identificada de forma inesperada. Ela levou o menino, que tinha aproximadamente entre dois e três anos, a uma consulta médica por outro motivo. Foi durante essa consulta que uma pessoa observou algo que a mãe ainda não havia notado:

“Mãe, você já prestou atenção que ele desvia o olhar?”

Essa observação foi o ponto de partida. A partir daquele momento, Luciane começou a prestar mais atenção e, então, procurou um especialista para cuidar da visão do filho.

Este relato nos mostra algo muito importante: não há problema em não perceber sozinho. Muitas vezes, sinais sutis de problemas visuais podem passar despercebidos, especialmente em crianças pequenas que ainda não conseguem verbalizar suas dificuldades. O importante é estar aberto a observações de terceiros e agir quando algo é apontado.

O Primeiro Contato com os Óculos: Uma Experiência Transformadora

Após a consulta com o oftalmologista, foi identificado que o Luigi apresentava astigmatismo, hipermetropia e estrabismo, além de musculatura ocular fraca. A decisão foi fazer os óculos.

O que aconteceu a seguir é um exemplo perfeito de como, quando a necessidade é real, a adaptação pode ser natural e até mesmo desejada pela criança:

“No primeiro momento que ele colocou o óculos dentro da ótica, ele nunca mais quis tirar. Ele se sentiu tão bem, a necessidade dele era tanta que ele enxergou perfeito.”

Luciane relata que, enquanto aguardavam o óculos ficar pronto, o próprio Luigi perguntava quando chegaria. Quando finalmente colocou, a reação foi imediata e positiva. Não houve resistência, não houve birra. Apenas a alegria de poder enxergar com nitidez.

Este é um ponto crucial para pais que podem estar preocupados com a adaptação: quando a correção visual é necessária, a criança geralmente aceita bem, pois sente a diferença imediata na qualidade da visão.

Acompanhamento Regular: Cuidado Contínuo

O Luigi, hoje com oito anos, continua fazendo acompanhamento oftalmológico a cada três meses. Este acompanhamento mais frequente é necessário porque ele está aguardando para fazer uma cirurgia de estrabismo, e o oftalmologista precisa monitorar o grau para determinar o momento ideal para a correção cirúrgica.

Este caso ilustra a importância do acompanhamento personalizado. Nem todas as crianças precisam de consultas trimestrais, mas quando há condições específicas como o estrabismo, o acompanhamento mais próximo é essencial para garantir o melhor resultado do tratamento.

Impacto no Desenvolvimento Escolar

Uma das preocupações mais comuns dos pais quando descobrem que a criança precisa de óculos é: “Como isso vai afetar a escola?”

No caso do Luigi, o impacto foi extremamente positivo. Como ele começou a usar óculos muito cedo, antes mesmo de entrar na escola formal, a adaptação foi natural. Luciane relata que ele sempre foi um menino que consegue assimilar muito bem o conteúdo, e isso se deve, em parte, ao fato de sua visão estar sendo tratada desde cedo.

Ela também menciona que, durante o período em que aguardavam um novo óculos, uma professora comentou que o Luigi estava forçando a visão para fazer as atividades. Isso mostra como professores e educadores são aliados importantes na identificação de dificuldades visuais, pois passam muito tempo observando as crianças em atividades que exigem uso da visão.

O uso precoce dos óculos eliminou problemas futuros que poderiam surgir se a correção não tivesse sido feita. Isso reforça a importância da detecção e tratamento precoces.

O Recado de uma Mãe para Outras Mães

Quando perguntada sobre o que orientaria para outras mães que podem estar percebendo dificuldades na rotina de suas crianças, Luciane foi direta e prática:

“A dica que eu dou é: qualquer área da saúde, que as mães observem bastante. Em especial, se ele tá forçando a visão, se ele tá até nos desenhos. Hoje tem muito estímulo, então se ele tá entendendo e se ele tá conseguindo desenhar, se ele tá conseguindo pegar algum objeto, ele está identificando, de repente, as cores. E hoje na escola também ajuda bastante procurar ajuda tanto de um profissional da área quanto da equipe pedagógica pra ter um apoio. Que às vezes coisa que a mãe não consegue identificar. Como no meu caso, eu não identifiquei sozinha, tive que uma terceira pessoa me dar o toque.”

Este recado é valioso porque:

  • Reconhece que não há problema em não perceber sozinho – Muitas mães se sentem culpadas por não terem identificado antes, mas isso é normal e compreensível.
  • Enfatiza a observação em atividades do dia a dia – Desenhos, identificação de cores, pegar objetos são atividades que podem revelar dificuldades visuais.
  • Destaca a importância da parceria escola-família – Professores e equipe pedagógica são observadores importantes e podem identificar sinais que passam despercebidos em casa.
  • Encoraja a busca por ajuda profissional – Não hesitar em procurar um especialista quando há dúvidas.

Lições Aprendidas

1. A Observação de Terceiros é Valiosa

Não devemos desprezar observações de professores, familiares, amigos ou profissionais de saúde que notam algo diferente no comportamento visual da criança. Essas observações podem ser o primeiro passo para identificar um problema.

2. Detecção Precoce Faz Toda a Diferença

O Luigi começou a usar óculos entre dois e três anos. Esta intervenção precoce permitiu que ele se desenvolvesse normalmente na escola e evitou problemas futuros. Quanto antes um problema visual for identificado e tratado, melhor o prognóstico.

3. A Adaptação Pode Ser Natural

Muitos pais temem que a criança não aceite os óculos, mas quando há uma necessidade real, a adaptação geralmente é positiva. A criança sente a diferença imediata na qualidade da visão.

4. Acompanhamento Regular é Essencial

O cuidado com a visão não termina na primeira consulta. O acompanhamento regular, adaptado às necessidades de cada criança, é fundamental para garantir o melhor resultado do tratamento.

5. Parceria Escola-Família

Professores e educadores são observadores privilegiados e podem identificar sinais de dificuldades visuais durante atividades escolares. A comunicação entre escola e família é essencial.

Sinais de Alerta para Observar

Com base na experiência da Luciane e nas orientações que ela compartilhou, aqui estão alguns sinais que merecem atenção:

  • Desvio do olhar – Olhos que parecem “tortos” ou desalinhados
  • Forçar a visão – Aproximar muito os olhos de objetos, livros ou telas
  • Dificuldades em atividades visuais – Problemas para desenhar, identificar cores ou pegar objetos
  • Comentários da escola – Professores que notam dificuldades para enxergar o quadro ou ler
  • Queixas da criança – Dores de cabeça, cansaço visual, dificuldades para ver

Conclusão

A história do Luigi e da Luciane nos ensina que cuidar da saúde visual infantil é um trabalho em equipe. Não é necessário que os pais identifiquem tudo sozinhos – o importante é estar aberto a observações, buscar ajuda profissional quando necessário e manter o acompanhamento regular.

O Luigi hoje, com oito anos, usa óculos desde que acorda até a hora de dormir. Ele se adaptou perfeitamente, desenvolve-se bem na escola e tem uma qualidade de vida que seria diferente se o problema não tivesse sido identificado e tratado precocemente.

Esta história reforça a missão do projeto Olhares que Cuidam: promover educação, prevenção e acolhimento na área de saúde visual. Cada história compartilhada, cada experiência vivida, nos ajuda a entender melhor a importância do cuidado com a visão desde a infância.

Lembre-se: não há problema em não perceber sozinho. O importante é estar atento, observar, e buscar ajuda quando necessário. A saúde visual é um direito de toda criança, e cuidar dela é investir no futuro.


Sobre o Projeto Olhares que Cuidam

O projeto Olhares que Cuidam é uma iniciativa de extensão universitária desenvolvida por estudantes da FAFILTEC, com o objetivo de promover a conscientização sobre saúde ocular de forma acessível, acolhedora e baseada em dados científicos. Atuamos com campanhas educativas, visitas escolares, parcerias sociais e conteúdos digitais voltados à prevenção de problemas visuais.

Importante: Este artigo é baseado em entrevista realizada pelo projeto e não substitui uma avaliação médica. Se você tem dúvidas sobre a saúde visual de uma criança, consulte um profissional qualificado.

Sua visão é essencial para o seu desempenho e bem-estar.


Entrevista realizada por Janaína Araujo, estudante de optometria da Faculdade Falciutech, para o projeto Olhares que Cuidam

Tags :
criança,entrevista,estrabismo

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